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Lula defende que “nenhum presidente” deve interferir nos assuntos da Venezuela

  • Foto do escritor: Theo Leitte
    Theo Leitte
  • 20 de out.
  • 2 min de leitura
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Sem citar diretamente o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa dos governos da Venezuela e de Cuba, em meio ao aumento da pressão norte-americana sobre Caracas.


"Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca será a Venezuela, e a Venezuela nunca será o Brasil — cada país será o que quiser ser. O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu próprio destino, e não cabe a nenhum presidente estrangeiro dar palpite sobre como devem ser a Venezuela ou Cuba", afirmou Lula durante um evento do PCdoB, em Brasília.

O posicionamento do presidente brasileiro ocorre em um contexto de tensão regional. O Brasil, ao lado da maioria dos países latino-americanos, já havia expressado preocupação com a movimentação militar dos EUA nas águas do Caribe.


A fala de Lula ocorreu um dia após Donald Trump confirmar que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela com o objetivo de derrubar o governo de Nicolás Maduro — uma ação que, segundo especialistas, configura violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.


Defesa de Cuba


Lula também criticou a permanência de Cuba na lista norte-americana de países patrocinadores do terrorismo.


“O que nós afirmamos publicamente é que Cuba não é um país exportador de terroristas. Pelo contrário, é um exemplo de povo e de dignidade”, declarou.

Os Estados Unidos impõem um embargo econômico e financeiro à ilha desde a década de 1960, com o objetivo de isolar o regime socialista. As sanções incluem punições a empresas e embarcações que comercializam com Cuba. Sob o governo Trump, essas medidas foram reforçadas, incluindo ameaças a países que contratam serviços médicos cubanos — uma das principais fontes de receita da ilha, que enfrenta uma grave crise econômica e quedas frequentes no fornecimento de energia elétrica.


Pressão sobre a Venezuela


Desde agosto, os Estados Unidos têm enviado milhares de militares, navios de guerra e aviões ao Caribe, sob o pretexto de combater o narcotráfico vindo da Venezuela. De acordo com a imprensa norte-americana, o Exército dos EUA já teria lançado ao menos seis ataques a embarcações, resultando na morte de mais de 30 pessoas.


O governo de Nicolás Maduro denuncia que essas ações fazem parte de uma estratégia de “mudança de regime” por parte de Washington e promete levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU.


Para especialistas em política internacional consultados pela Agência Brasil, o interesse dos Estados Unidos na Venezuela é eminentemente geopolítico, dada a existência das maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo no país sul-americano — que, por outro lado, não integra cartéis internacionais de drogas.


Os analistas também alertam que a autorização de Trump para ações encobertas na Venezuela abre um precedente perigoso, podendo justificar futuras intervenções norte-americanas em outros países da América Latina, repetindo práticas adotadas durante a Guerra Fria, quando os EUA apoiaram diversos regimes autoritários na região sempre que seus interesses eram contrariados.


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