Lula diz esperar acordo “definitivo” com os Estados Unidos nos próximos dias
- Theo Leitte

- 27 de out.
- 3 min de leitura
Presidente demonstra otimismo sobre suspensão de tarifas e defende relação comercial equilibrada entre os dois países

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27) que está otimista quanto à suspensão das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Segundo ele, as negociações estão avançando e um acordo definitivo entre os dois países deve ser alcançado em poucos dias.
As declarações foram feitas durante coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, na Malásia, às 11h do horário local (meia-noite em Brasília).
“Tive ontem na reunião [com o presidente Donald Trump] uma boa impressão de que logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou Lula.“Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva para que a vida siga boa e alegre do jeito que dizia o Gonzaguinha na sua música”, completou.
Negociações comerciais
De acordo com Lula, o Brasil apresentou argumentos de que os Estados Unidos mantêm superávit comercial na relação bilateral, o que, segundo ele, elimina a justificativa para a aplicação de tarifas sobre produtos brasileiros.
O presidente afirmou ter entregue um documento com os principais pontos que pretende abordar nas negociações.
“Eu não estou reivindicando nada que não seja justo para o Brasil. Os Estados Unidos não têm déficit comercial conosco, o que era a base da política de taxação”, disse.
Questionado sobre possíveis promessas feitas por Trump, Lula respondeu de forma descontraída:
“Não sou santo para receber promessas. O que ele tem que fazer é compromisso — e o compromisso que ele fez é de buscar um acordo de boa qualidade com o Brasil.”
Reuniões técnicas e avanços diplomáticos
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou que equipes dos dois países devem realizar novas reuniões nas próximas semanas para construir um acordo satisfatório para ambas as partes.
“Concordamos em trabalhar para construir um acordo satisfatório para ambos. Já há um cronograma de reuniões entre as equipes negociadoras, com foco nos setores mais afetados pelas tarifas”, explicou o chanceler.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, afirmou que as discussões estão “avançando espetacularmente bem”.
“O Brasil solicita a reversão da decisão política tomada. Hoje tratamos de um acordo comercial, sem questões políticas que não deveriam ter estado na mesa”, disse Rosa.
Relações regionais e COP30
Durante o encontro com Trump, Lula também se colocou à disposição para intermediar negociações na Venezuela, destacando que o Brasil busca estabilidade na América do Sul.
“O Brasil não tem interesse em guerra na região. A nossa guerra é contra a pobreza e a fome. Não dá para achar que tudo se resolve à base da bala”, afirmou.
O presidente aproveitou ainda para reforçar o convite a Trump para participar da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.
“Convidei ele para ir à COP e dizer o que pensa. Mesmo que não acredite em tudo, é importante participar do debate climático”, disse Lula.
Expansão de parcerias com o Sudeste Asiático
A comitiva brasileira também destacou a importância das visitas oficiais à Indonésia e à Malásia, parte da estratégia de diversificação de parcerias internacionais.
“O Sudeste Asiático é o epicentro do crescimento global, uma zona dinâmica e polo de inovação tecnológica que está no centro das prioridades da política externa brasileira”, declarou o ministro Mauro Vieira.
Lula informou ainda que o Brasil apoia o ingresso da Malásia como membro pleno do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O presidente, que completa 80 anos neste dia 27, encerrou a coletiva afirmando estar em um bom momento pessoal.
“Nunca me senti tão vivo e com tanta vontade de viver”, disse.
Quer que eu formate esse texto também com título SEO (otimizado para buscas) e resumo (sublead) no padrão de portais como G1 ou UOL? Isso deixaria a matéria pronta para publicação em CMS de site de notícias.
Fonte: Agência Brasil
















Comentários