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Sete governadores anunciam "Consórcio da Paz" após operação no Rio

  • Foto do escritor: Theo Leitte
    Theo Leitte
  • 31 de out.
  • 3 min de leitura
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Sete governadores anunciaram nesta quinta-feira (30) a criação do Consórcio da Paz, uma iniciativa voltada à integração de informações de inteligência, apoio financeiro e cooperação policial no enfrentamento ao crime organizado.


O anúncio foi feito durante reunião no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, com a presença do governador Cláudio Castro (PL) e dos chefes de Executivo Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Eduardo Riedel (PP), do Mato Grosso do Sul; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou por videoconferência.


O Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio, responsável por coordenar o processo de formalização. Segundo Cláudio Castro, a proposta é compartilhar estratégias e experiências entre os estados.

“Faremos um consórcio entre estados, nos moldes de outros já existentes, para dividir soluções e ações no combate ao crime organizado”, afirmou o governador fluminense.

Apesar de reunir governadores com alinhamento político semelhante, o grupo informou que pretende ampliar a adesão para todas as 27 unidades da Federação.

“Queremos integrar todos os estados, trocar experiências, compartilhar recursos humanos e adquirir equipamentos de forma conjunta para enfrentar a violência, que é um problema nacional”, destacou Jorginho Mello.

Contexto e repercussão


O anúncio ocorre após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais militares. A ação, que visava capturar Edgar Alves de Andrade (Doca), apontado como chefe do Comando Vermelho, resultou em confrontos intensos e na apreensão de 93 fuzis. O suspeito, no entanto, não foi preso.


Enquanto os governadores elogiaram a operação — classificada por Romeu Zema como “a mais bem-sucedida” —, organizações da sociedade civil e especialistas em segurança pública criticaram a letalidade policial e relataram denúncias de execuções e torturas, além de questionarem a eficácia de ações isoladas no combate às redes criminosas.


Relação com o governo federal


Durante o encontro, os governadores afirmaram que o Consórcio da Paz terá caráter técnico e não politizado. No entanto, também expressaram críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, encaminhada pelo governo federal ao Congresso em abril de 2025.


O texto prevê que a União elabore uma política nacional de segurança pública, com diretrizes obrigatórias para estados e municípios, no âmbito do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). O governador Ronaldo Caiado afirmou que a medida representa uma tentativa de interferência federal na autonomia dos estados.

“Querem transferir nossa autonomia para o Ministério da Justiça. É uma intervenção direta nas polícias estaduais”, disse.

O governo federal, por sua vez, defende que a proposta mantém as autonomias locais e visa apenas melhorar a integração entre as forças de segurança.


Escritório emergencial


Na véspera do encontro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador Cláudio Castro haviam anunciado a criação de um escritório emergencial para coordenar ações contra o crime organizado no Rio de Janeiro.


Entre as medidas estão o reforço de 50 agentes da Polícia Rodoviária Federal, o aumento do efetivo de inteligência no estado e o envio de peritos federais. A pedido do governo fluminense, dez presos foram transferidos para presídios federais.


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